quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bears@City




A vida é mesmo assim…


Por vezes quando pensamos ser o fim de tudo, não passa de o final de um ciclo… e consequentemente o início de outro. Temos obrigatoriamente que retirar os ensinamentos que daí derivam e encará-los com a ligeireza que merecem.

Não é fácil… mas também nunca ninguém disse que mudar era fácil… quando mudamos de casa, quando mudamos de parceiro, quando mudamos de cidade, quando mudamos de emprego, quando mudamos de carro…nada disto é fácil. Existem as questões sentimentais que nos prendem ao que já possuímos e o medo de falhar nas nossas novas opções, mas temos que tentar quando essa mudança nos é imposta por uma opção: ou mudamos ou “queimamos”.

Grande expressão que surgiu nos últimos meses permanentemente nas minhas ideias e nas minhas conversas. Todos estavam queimados…mas realmente quem estava a ser literalmente queimado era eu…

O esforço… os anos perdidos em lutas que se revelaram inglórias e não tão vantajosas como pensaria, levaram a que fosse necessário iniciar um novo ciclo… ou melhor… acabar com o anterior, porque do novo que começa hoje, pouco sei no que vai dar… mas em algo vai acabar com certeza.

Tudo é questionável neste ponto: se o emprego realmente era o que me preenchia, se os amigos eram aqueles verdadeiros que me acompanhariam para todo o sempre como tantas vazes apregoei, se este amor que defendi incondicionalmente era real ou somente uma forma comodista de dizer ao mundo que eu era aquele ser humano de quotidianos, que todas as pessoas que me rodeiam pressionavam para ser, se realmente eu fui feliz algures neste últimos anos, ou se simplesmente vivi uma vida que era cómoda e que me realizava quanto mais não seja socialmente. Esta é a grande questão!!! Quantas vezes não vivemos uma vida teatral somente para ir ao encontro de um estereótipo que a sociedade nos impõe… ou simplesmente nos acomodamos ao que é politicamente correcto para vivermos uma vida mais “fácil”.

A palavra “fácil”, é estranha porque se por um lado nos dá a sensação de plenitude desejada, por outro pouco tem de desafiadora… pouco tem de paixão… pouco tem de reconfortante. Até agora tudo foi estranhamente fácil, e assim foi somente porque eu assim o quis! Quero que a minha vida seja difícil: quero sentir prazer em dizer não, quero sentir prazer em ir contra os princípios que os outros implementaram em mim (ou pelo menos tentaram), quero sentir o cheiro e o sabor das opções mesmo que elas sejam as mais erradas… mas eu quero. Porquê? Porque sim: deitei os últimos anos pela janela de um carro que já não me pertence e quero viver com base nos maiores erros que cometi na minha vida… porque esses erros só os foram aos olhos dos outros e nunca aos meus.

Quero amar sem compromissos, quero ter sexo só porque me apetece, e se não me apetecer não tenho (e não é fácil dizer que não); quero amar todos e ninguém, e se me apetecer dizer amo-te mesmo sem o sentir , vou fazê-lo… não vai ser fácil, porque alguém vai sofrer com isso… mas eu quero.

Quero recuperar os amores do passado, dizer-lhes que os amo perdidamente e que nunca os esqueci… sim porque quem consegue esquecer aquilo que nunca viveu com a intensidade merecida? Quero estar com homens, com mulheres… porque não sei o que quero e ser bissexual não é fácil… mas eu quero sê-lo… Porquê? Porque eu quero!!!

Quero amar quem está longe, mas ter prazer com quem está perto… quero carinho de alguém que eu mal conheço porque esse não é imposto nem tem segundas intenções… é somente carinho por carinho!!!

Quero tudo e não quero nada. Tenho esse direito? Sinto saudades de sentir… quero sentir como nunca senti… quero-te sentir Anton, quero-te sentir Mandy, quero-te sentir Monroe… Quero-vos sentir, seres que habitam o meu coração e a minha libido. Quero sentir o vento a bater no meu rosto… porque esta é a melhor maneira de sentir que estamos vivos e não amorfos. Sentir amor e desejo, e sentir cada pedaço de vento tocar cada pedaço da nossa pele.



Só quero sentir… e vou começar agora!!!

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